quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ancestrais

Observo com melancolia as lápides amareladas do cemitério onde repousam os corpos de meus ancestrais... Foram eles bons ous maus (ou bons e maus), certamente estarão velando pelos seus descendentes (quem sabe). Os seus corpos jazem imóveis, corroídos. Os seus ossos um dia se dissolverão e nada restará deles exceto nossas lembranças. Essas não se apagarão e, mais que isso, propagar-se-ão para os nossos filhos e netos e bisnetos, porém, um dia, seus rostos e nomes serão completamente esquecidos. Eles serão apenas nossos ancestrais, não importa o que ou quem tenham sido. Se foram bons, serão citadas suas bondades, se foram maus, serão citadas suas maldades, mas sempre como um exemplo para o aprendizado de seus descendentes. Se para nada servir esta vida, se nosso ideal de Deus não passar de um mero engano, ainda assim valerá a pena saber que, apesar do que quer que tenhamos sido, haverá sempre alguém que, mesmo que nunca nos tenha visto ou conhecido, carregará nossa bagagem consigo por pura força da ancestralidade.

Monica Gomes Teixeira Campello de Souza

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