Segue a baixo
informações sobre algumas peculiaridades da Índia, um país totalmente envolvido
em espiritualidade. As fotos são de uma amiga obviamente “Iluminada” Rosa Maria
esposa do meu orientador de Doutorado, o Prof. Antonio Roazzi.
Belo lugar, bela história,
certamente vale a pena dar uma parada para apreciar.
As fotografias foram manipuladas
por mim. (mgtcs)
Informações sobre a montanha
sagrada Arunachala:
Arunachala (Giri), monte sagrado
localizado em Thiruvannamalai, Tamil Nadu na Índia, que segundo a tradição
representa a encarnação de lord Shiva.
Tiruvannamalai, localizada no Sul
da Índia, poderia ser apenas mais uma cidade em meio a centenas de outras,
desse país milenar, mas, se distinguiu entre todas pois foi nesse lugar, situado aos pés do monte
Arunachala , que nasceu e viveu um homem
considerado santo, um dos mestres mais
especiais e importantes da Índia – Sri Ramana Maharishi (30 de dezembro de 1878
— 14 de abril de 1950) .
Considerado um dos maiores sábios
de todos os tempos, ficou conhecido no Ocidente após a publicação do livro “A
Índia Secreta”, do jornalista e escritor inglês Paul Brunton, que retratou seus
ensinamentos, transmitidos, na maioria das vezes, em silêncio absoluto aos seus
discípulos. Outro autor famoso que deu destaque à Ramana Maharshi foi
Paramahansa Yogananda, na Autobiografia de um Iogue, ao visitá-lo durante seu
regresso à India em 1935.
Diversas personalidades,
como Mahatma Ghandi, foram ao ashrama
visitá-lo. Ghandi, foi vê-lo para receber o darshan (bênção conferida
pelo olhar de um homem santo) de Ramana, em busca de apoio para seu movimento
de libertação da Índia.
Sri Râmana Maharshi nasceu na
região do Tamil Nadu, sul da Índia. Aos 16 anos, após a morte do pai, passou
por uma vívida experiência relacionada à morte e, por seu intermédio, despertou
para o estado que transcende, origina, constitui e engloba os campos físico,
emocional e intelectual, passando a viver permanentemente nesse estado, denominado
realização espiritual.
Depois de algum tempo, abandonou
sua casa e família e partiu como Sadhu (peregrino ou eremita) para a cidade de
Tiruvannamalai (190 km ao sul de Madras), onde passou o restante da vida na
montanha de Arunachala, considerada por ele como uma montanha sagrada.
Sua presença irradiava uma grande
paz, tornando fácil e natural a convivência na comunidade, inclusive com os
animais selvagens que habitavam a montanha sagrada, que atraiu milhares de
pessoas a Arunachala. A essência dos seus ensinamentos é o “Vichara” (self-enquiry),
ou investigação direta, interior, por meio dos questionamentos: “Quem sou eu?”.
Conhecer a verdade acerca de si
mesmo é ser essa verdade, já que não somos dois, um para conhecer o outro. Cada
um é a própria Verdade absoluta; ou Deus, para usar uma outra palavra.
Ramana era chamado pelos
discípulos de “o Mestre do Silencio” uma vez que não precisava pronunciar nenhuma palavra para dar a sua mensagem, bastava um olhar.
Assim, Shri Ramana Maharshi foi o
grande representante da sabedoria milenar da Índia no século XX. Isso não
significa que ele tenha sido acadêmico que sabia de cor e salteado os textos
sagrados da religião, mas sim que viveu e personificou à perfeição de tal
sabedoria. Na verdade, ele não escreveu nenhum livro.
Observe-se o que Arthur Osborne
na biografia " Ramana Maharshi e o Caminho do Auto Conhecimento” escreve a
respeito:
" O Arunachala é um dos mais antigos e sagrados de todos os locais
sacros da Índia. Sri Ramana Maharshi declarou que se trata do coração da Terra,
do centro espiritual do mundo. Sri Shankara chamou-o de Monte Meru. O Purana
Skanda diz: - Aquele é o sítio sagrado. Entre todos, o Arunchala é o mais
sagrado. É o coração do mundo. Saibam que é a sacra e secreta sede do coração
de Shiva.”
Muitos santos ali viveram, e Sri
Ramana confirma, que até hoje Siddhas (sábios dotados de poderes sobrenaturais)
habitam muitas das suas grutas, seja com seus corpos físicos ou não, e há quem
os tenha visto pela noite vagando pelo monte sob a forma de luzes.
O Puranas contam a seguinte
história sobre a origem do monte.
Certa vez Vishnu e Brahma
entraram em luta para saber qual dos dois era o maior. A briga entre eles pôs a
Terra em caos, de modo que os Devas se aproximaram de Shiva e lhe rogaram que a
pendência fosse resolvida. Shiva manifestou-se então como uma coluna de luz da
qual saiu uma voz declarando que aquele que fosse capaz de encontrar-lhe as
extremidades superior e inferior era o maior.
Vishnu tomou a forma de um javali
e escavou a terra em busca da base, ao passo que Brahma tomou a forma de um
cisne e voou para as alturas a procura do cume. Vishnu não conseguiu atingir a
base da coluna, mas começando a perceber dentro de si a Luz Suprema que mora no
coração de todos, perdeu-se em meditações, esquecido do seu corpo físico e sem
mesmo dar-se conta da própria existência. Brahma por sua vez, viu uma flor caindo
do alto de uma árvore da montanha, e, ardilosamente, para ganhar a disputa,
apanhou-a e declarou tê-la colhido no cume.
Vishnu reconheceu seu fracasso e
dirigiu-se ao Senhor, rezando e louvando-o: - Vós sois o Autoconhecimento. Vós sois OM. Vós sois o começo, o meio e o
fim de todas as coisas. Vós sois tudo e iluminais tudo.
Vishnu foi declarado grande, ao
passo que Brahma foi humilhado e reconheceu seu erro.
Observe-se que nessa fábula
Vishnu representa o ego ou individualidade e Brahma a mentalidade, enquanto
Shiva é Atma, o Espírito.
Diz ainda a história que por ser
a coluna de luz demasiado deslumbrante a vista, Shiva manifestou-se então na
forma do monte Arunachala, dizendo: -“ Assim
como a lua recebe do sol a sua luz, assim também os demais locais sagrados
receberão sua santidade do Arunachala. Este é o único lugar em que assumi esta
forma em benefício dos que desejam adorar-me e obter iluminação. O Arunachala é propriamente OM. Aparecerei
no cume deste monte todos os anos no Kartikai, sob a forma de um farol
apaziguador.
Deus nos abençoe a todos!